Lição de democracia no Colégio Santa Cruz
Nunca na história deste blog um textão foi tão necessário. Aceitando ao convite do Professor Alcides Villaça nas redes sociais, li as três cartas atribuídas aos corpos docente e discente do Colégio Santa Cruz. Reproduzo aqui o debate de ideias, ao contrário do que veículos que pendem para um ou outro lado têm feito, ao exporem os conteúdos com os respectivos juízos de valores que possuem. Aprendi, há mais de 20 anos, na graduação, que era assim que chegávamos às nossas próprias opiniões, ou seja, lendo versões que se opõem, mas que procuram trazer argumentos que as justifiquem. Boa leitura!
AULA 1 – CARTA ABERTA
DAS PROFESSORAS E DOS PROFESSORES DO COLÉGIO SANTA CRUZ
“Sei bem que a crise que o país enfrenta não é de simples
solução, uma vez que tem raízes sócio-político-econômicas (...) Porém não posso
deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes
se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais
amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que
vão muito além da esfera meramente financeira.”
(Papa Francisco, em carta enviada a Michel Temer, no final
de 2016)
“Art. 6º da Constituição Federal de 1988 estabeleceu que a
Previdência seja um Direito Social dos brasileiros e brasileiras. Não é uma
concessão governamental ou um privilégio. Os Direitos Sociais no Brasil foram
conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles
merece imediato repúdio.”
(Nota da CNBB sobre a Reforma da Previdência)
"Desde o início, o Colégio sempre manteve uma postura
educacional coerente com os princípios humanos e evangélicos, que privilegiam a
formação integral da inteligência, do corpo e do coração, uma educação voltada
para a liberdade responsável e para o comprometimento social. Essa orientação
prevalece no Colégio e na mente dos educadores até os dias atuais, em que pesem
todas as transformações ocorridas ao longo desses últimos 64 anos de história.”
(Plano Diretor do Colégio Santa Cruz de 2016, versão
impressa e disponível no site do Colégio)
O corpo docente do Colégio Santa Cruz vem publicamente
expressar sua posição de repúdio às reformas defendidas pelo Governo. Estamos
convictos de que a atropelada e intensa mobilização do Congresso Nacional — com
objetivo de modificar radicalmente os parâmetros constitucionais que regem o
sistema de Seguridade Social e a Legislação Trabalhista, utilizando manobras de
urgência para esquivar-se da necessária e ampla discussão democrática —
acarretará severos prejuízos sociais e econômicos à sociedade brasileira.
Trabalhamos em um Colégio com uma história de defesa dos
valores humanistas e cristãos, de justiça e solidariedade, desde a sua fundação,
e com orgulho de ser um espaço de liberdade de expressão, pluralidade de ideias
e convivência democrática. Defendemos a longa tradição de inserção comunitária
voltada aos mais pobres e com ela nos identificamos. Temos um compromisso com a
Educação, com nossos alunos e com a sociedade. Entendemos, por isso, fazer
parte do nosso ofício contribuir para a formação de cidadãos responsáveis pela
comunidade a que pertencem. Segundo Padre Charbonneau, pilar das diretrizes
educacionais do Colégio, cada membro da comunidade “deve assumi-la, promovê-la,
e defendê-la, responsabilizando-se, na medida do possível, pelo bem de todos,
isto é, pondo-se a serviço da sociedade toda a que pertence e subordinando o
seu bem particular ao bem comum”. Por assumirmos essas premissas como
verdadeiras, compreendemos que é nosso dever nos manifestarmos contra o
processo de precarização do trabalho e de retirada de direitos duramente
conquistados pela sociedade.
Entendemos que as relações de trabalho, construídas
historicamente, podem servir a interesses diversos e que sua construção é
sempre campo de disputas políticas essenciais para o avanço da democracia em um
Estado de direito, em que a lei pode ser recurso de consenso. Henri Dominique
Lacordaire, um dos precursores do catolicismo moderno, dizia: “Entre os fortes
e fracos, entre ricos e pobres, entre senhor e servo é a liberdade que oprime e
a lei que liberta”. No atual contexto, de relação entre desiguais, a
flexibilização das leis trabalhistas — divulgada pelo Governo como modernização,
que prevê, entre outros aspectos, a livre negociação entre lados desiguais, sem
amparos legais que garantam direitos realmente voltados a proteger os
trabalhadores — necessariamente acentuará os privilégios e benefícios de um
grupo à custa da parte mais vulnerável da população.
Frente a isso, é importante esclarecer que, como educadores,
assumimos papel de responsabilidade social para além de nossos interesses
pessoais e corporativos. Ainda que tenhamos condições econômicas melhores do
que grande parte dos trabalhadores, como educadores, nosso interesse pessoal
está sempre vinculado a interesses de ordem coletiva e, portanto, não podemos
fechar os olhos diante do que consideramos injustiça social.
As razões para nos opormos às reformas são de diversas
ordens (econômica, social, política, humanitária e educacional) e consideram os
divergentes diagnósticos e análises dos efeitos que elas trarão. Não estamos
sozinhos, grupos e entidades reconhecidos em nosso país também se manifestaram
contrariamente a essas medidas. Em nota conjunta, a CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a Confecon
(Conselho Federal de Economia) posicionaram-se, também, contra a Reforma da
Previdência:
"A PEC 287 vai na direção oposta à necessária retomada
do crescimento econômico e da geração de empregos, na medida em que agrava a
desigualdade social e provoca forte impacto negativo nas economias dos milhares
de pequenos municípios do Brasil."
Para nós, professoras e professores do Colégio Santa Cruz,
as medidas propostas nos âmbitos do trabalho e da seguridade social irão
acentuar sistemas já excludentes. Somente um projeto que torne a previdência
social e a legislação trabalhista mais inclusivas e justas, que abrace aqueles
que hoje se encontram sem qualquer proteção do Estado, poderá contar com apoio
de quem quer diminuir a desigualdade no país.
No que se refere especificamente à Educação, retrocessos que
ampliem a vulnerabilidade social e econômica no Brasil e que agravem o quadro
de precarização do trabalho são danosos para o espaço escolar. As reformas
defendidas pelo Governo, quando clamam à terceirização irrestrita e vislumbram
a retirada de direitos sociais, avançam nesse sentido e comprometem tanto a
necessária estabilidade do vínculo entre professores, funcionários e comunidade
discente, quanto a imprescindível garantia de um limite digno e humano para o
nosso exercício junto a crianças, jovens e adultos, no âmbito da Educação que
defendemos. Não há escola democrática e inclusiva que prescinda desse vínculo e
dessa garantia.
Nós, professoras e professores do Colégio Santa Cruz,
acreditamos na formação de cidadãos que se engajem no desenvolvimento mais
justo e igualitário da sociedade e não abrimos mão desse princípio que norteia
nossa escola, uma organização filantrópica, que tem, acima de todos os outros,
um compromisso inegociável com todos os cidadãos. Por conta disso, decidimos
por expressiva maioria em assembleia, com a presença de cerca de 70% dos
docentes de todos os períodos e segmentos de ensino, amparados na Lei e no
espírito democrático, paralisar as atividades docentes no dia 28 de abril de
2017 e resolvemos nos unir ao amplo e cada vez mais expressivo movimento
nacional de professores e demais categorias de trabalhadores.
São Paulo, 24 de abril de 2017.
Corpo docente do Colégio Santa Cruz
Aula 2 - Carta (DE UMA PARCELA) dos alunos e
alunos do Colégio Santa Cruz
Em primeiro lugar, é necessário dizer que temos um profundo
respeito pelo corpo docente do Colégio Santa Cruz, que realiza seu dever de nos
educar de forma exemplar, e com o qual possuímos muitas ideias em comum.
Reconhecemos também que foram esses professores que nos possibilitaram
desenvolver as competências necessárias para entrar no debate político e sempre
nos deram o espaço para exercermos nossos questionamentos. Apesar disso, seria
impossível não nos posicionarmos frente ao que consideramos uma visão
equivocada, com prováveis consequências catastróficas para o País como um todo.
Após ler a Carta Aberta escrita pelos professores referente
à decisão de paralisação no dia 28 de abril de 2017, sentimos a necessidade de
redigir essa resposta explicitando nossa posição. Reconhecemos o direito à
greve e à livre manifestação de ideias e entendemos que a Carta justifica a
ação dos professores, porém acreditamos que o posicionamento contra a Reforma
da Previdência seja profundamente equivocado. Além disso, a Carta passa ao
largo das questões centrais envolvidas, apelando para noções generalistas de
“justiça social”. Pauta-se em um maniqueísmo exacerbado e parte, desde a 1ª
linha, do pressuposto de que as reformas propostas pelo Governo Federal são
ruins para o país e, especialmente, para os mais pobres. Essa forma de pensar
apenas simplifica e empobrece o debate.
Com o objetivo de justificar a decisão dos professores, a
argumentação esconde-se atrás de uma suposta “proteção de direitos”, defende a
manutenção do status quo e falha em criticar aspectos objetivos da proposta de
reforma. Acontece que um direito ser garantido por lei não garante o orçamento
necessário para cumpri-lo. Sendo assim, a Carta defende que se mantenha o rombo
crescente da Previdência. Esse rombo foi, segundo dados do próprio Governo
Federal, de cerca de 300 bilhões de reais ano passado (5% do PIB), e tende a
crescer conforme a população envelhece. Isso impede tanto a estabilidade fiscal
como maiores investimentos em outros setores. Em um país que, falando de
Previdência, estão postas duas opções: a Reforma proposta pelo Governo ou o
sistema atual, defender a segunda opção é usar o discurso da defesa de direitos
para, na realidade, defender privilégios. Dentre estes privilégios, há por
exemplo o fato de funcionários públicos se aposentarem fora do RGPS (recebendo
o equivalente a seus salários anteriores, ignorando o teto de 5.300 reais que
vale para todos os outros trabalhadores). Ademais, o modelo atual permite que
os mais ricos se aposentem mais cedo, já que têm muito mais facilidade para
contribuir para a Previdência, criando casos absurdos e indefensáveis, como o
fato de o presidente Michel Temer ter se aposentado como promotor público aos
55 anos de idade.
Não nos enganemos; ir contra a reforma da Previdência é
também defender que um funcionário público continue recebendo em média três
vezes mais do que um trabalhador regular (Consultoria de Orçamento da Câmara
dos Deputados), e que a média de aposentadoria no Judiciário, de 25.700 reais, não
seja alterada. Dinheiro esse que poderia ser revertido para outras áreas
fundamentais, nas quais o investimento governamental é raquítico, como por
exemplo saneamento básico, saúde e educação.
Além disso, o Brasil já gasta uma porcentagem maior do PIB em
Previdência do que a média da OCDE, mesmo sendo um país relativamente jovem.
Com o envelhecimento do país, que ocorre a passos largos, segundo o IBGE, os
improcedentes 13% do PIB gastos pelo Brasil só tendem a aumentar. Não obstante,
o número proporcional de pessoas economicamente ativas tende a diminuir. Ou
seja, enquanto a expectativa de vida só aumenta e a população em geral só
envelhece, parece razoável aos professores que as regras se mantenham as
mesmas.
Ao dificultar a aposentadoria por tempo de contribuição, a
Reforma Previdenciária contribui para a diminuição da desigualdade no Brasil,
visto que, no geral, quem se aposenta antes dos 65 anos são os mais ricos, em
decorrência da dificuldade dos mais pobres de serem empregados com carteira
assinada de maneira regular. Segundo o DataPrev, o valor médio concedido por
tempo de contribuição é de mais de 2 salários mínimos, enquanto o concedido por
idade supera por pouco a faixa de 1 salário mínimo.
A posição defendida pelos professores falha em apresentar
embasamento técnico e econômico. Defender políticas públicas pautadas em ideais
de “justiça” e “defesa dos mais pobres” é meio caminho andado para a
irresponsabilidade fiscal. Essa irresponsabilidade fiscal, muito presente nos
governos da ex-presidente Dilma, gera inflação, que pune majoritariamente os
menos favorecidos.
Em conclusão, parece evidente que, apesar das mudanças
propostas apresentarem vários defeitos de origem, forma e conteúdo, as reformas
em curso conduzidas pelo atual governo estão em geral no caminho correto de um
arcabouço regulatório e legal mais moderno que reduz burocracias, fomenta
crescimento e principalmente elimina privilégios construídos ao longo de
décadas e que são, além de injustos, completamente insustentáveis do ponto de vista
das finanças públicas.
Aula 3 – Carta (DE OUTRA PARCELA) de alunas e
alunos do Colégio Santa Cruz:
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens
se educam entre si, mediatizados pelo mundo.” (Paulo Freire)
“Defenderei sua liberdade de ensinar, para manter minha
liberdade de aprender” (Aluno do EM, em mensagem anônima)
Em sala de aula, sempre fomos incentivados a pensar,
debater, encarar o mundo criticamente e nos posicionar com respeito frente às
questões que nos são apresentadas, tanto dentro quanto fora do ambiente
escolar.
Nossas professoras e professores são, sem dúvida alguma,
essenciais para a criação e manutenção do ambiente de aprendizado democrático e
plural com que sempre pudemos contar para desenvolver nosso pensamento crítico.
É notável, em sala de aula, o esforço pelo respeito às diversas opiniões, manifestadas
pelos diversos alunos e professores.
Infelizmente, em um momento de profundo acirramento político
como o que vivemos hoje, expressar opiniões tem se tornado algo cada vez mais
difícil. A intensa polarização enfrentada pela sociedade empobrece o debate e
dificulta a livre manifestação de opiniões, promovendo um ambiente no qual
impera o desrespeito e a intolerância, deixando o debate de ideias em segundo
plano.
Queremos lutar para que isso não ocorra dentro de nossa
escola, de forma a zelar pelo ambiente democrático construído por nós e pelos
professores, no dia-a-dia da sala de aula.
Acreditamos, portanto, que não devemos isentar-nos da
discussão acerca da paralisação dos professores, pois desejamos, acima de
qualquer outra coisa, manter possível o debate e a respeitosa manifestação
ideológica no Colégio, a fim de evitar que temas caros a nós tornem-se tabus ou
mesmo raízes de conflitos de ordem pessoal.
Assim, frente aos acontecimentos recentes, nós, parte do
grupo de alunos do Colégio Santa Cruz, gostaríamos de expressar, por meio
desta, nosso total apoio à paralisação dos professores na greve geral do dia
28/4.
Não apenas pois reconhecemos e defendemos o constitucional
direito à greve, mas também por reconhecermos que as reformas na previdência e
trabalhista representam um ataque a parcelas vulneráveis da população, ao
pautarem-se na retirada e redução de direitos conquistados pelos trabalhadores
ao longo de anos de intensa e admirável luta política.
Defendemos que nossas professoras e professores possam se
manifestar e exercer livremente a docência, sem que se crie um clima de tensão
e, como consequência, se prejudique nosso aprendizado.
É motivo de muito orgulho para nós observar o engajamento de
nossos professores em uma luta que diz respeito não somente a eles, mas a todos
os trabalhadores e trabalhadoras que serão amplamente prejudicados com as
reformas da previdência e trabalhista.
Gostaríamos de acrescentar que essa carta não reflete o
posicionamento de todos os alunos e alunas da escola, mas de um grupo que
decidiu se mobilizar para expressar seu apoio aos professores do Colégio Santa
Cruz, que democraticamente decidiram aderir à paralisação por motivos já
esclarecidos pelos mesmos na “CARTA ABERTA DAS PROFESSORA E DOS PROFESSORES DO
COLÉGIO SANTA CRUZ”, publicada no dia 25/04/2017.
Julia Mesquita, André Nunes, Sofia Kassab, Tomás Marcondes,
Ana Laura Appy, Rafael Semer, Zoé Reis, Lilla Lescher, Luiz Nigro, Luiza
Chucre, Carolina Friedheim, Isabella Cornacchioni, Emília Galvão, Babette
Fernandes, Juliana Cornacchioni, Iara Veiga, Raquel Guimarães, Júlia Leite,
Gabriela Motidome, Antonio Ikeda, Lis Loureiro, Mariah Salles, Alice Rosenthal,
Luísa Takeuchi, Clara Angeletti, Yuri Liegel, Flora Santos, Miguel Worcman,
Luiza Freire, Raquel Guimarães, Andre Silvestri, Érico Dias, Isabella Fraia,
Teresa Magalhães, Ricardo Daher, Rafael Neves , Maria Rezende, Beatriz Maradei,
Beatriz Sales Oliveira, Emanuela Gebara, Antônio Fonseca, Letícia Fagundes,
Maria Vitória, Júlia Leite, Julia Podkolinski, Maria Kinker, Mariana Diel,
Gabriela Monteiro, Tomer Raca Silberberg
(Vale notar que não pretendemos, aqui, discutir nas minúcias
o porquê de sermos contrários à reforma da previdência: queremos, mais
especificamente, demonstrar apoio à decisão tomada por nossas professoras e
professores.)
Comentários
Reforma é formar novamente e deformar é modificar de forma grotesca. Fico com a reforma.
Tirei um dia pra ler o que está sendo debatido e digo: que bagunça do caralho !
Se falo que sou a favor, viro ortodoxo. Se falo que sou contra, me mandam para de queimar pneu.
Sabe quando você chuta a bola, vê que ela vai dar aquela pancada no portão do vizinho chato e grita qualquer coisa, loucamente, para que o som do portão ´´bordoado´´ seja inaudível? Eis as reformas.
Elas são necessárias, mas é um remédio amargo demais.
A imprensa tem prensado as informações e só escoa aquilo que alimentará o apoio incondicional ou a cólera efusiva.
Como já dito, li o 1º texto e findei com as incontáveis alterações e não vejo nada além do que já é feito. Os sindicatos estão putos porque perderam a ´´boquinha´´, mas não é só isso: perderão autonomias café-com-leite.
Saindo de sindicatos e entrando nas informalidades, a trabalhista vem para colocar ordem.
A da previdência é o alho que os vampiros de Brasília temem (me segurei para não fazer um trocadalho com Temer!).
A máquina pública jorra óleo que é feito com o nosso suor, mas não mistura na água em que bebemos.
Vamos pra arena como Ben-hur, mas temos medo da altura como Scott (´´Um corpo que cai´´, de Hitchcock).
É muita beleza nas palavras e pouca atitude nas ações.
Findando, o mal do nosso mundo é a intolerância e busca pela harmonia,desde que seja igual a minha.
É muito delicado falar de algo com propriedade, já que a sua opinião é privada, mas o conviver é público.
É pueril achar que o mundo terá paz amanhã, mas precisamos pensar em algo hoje.
Podemos escolher entre fazer a hora de Vandré ou ficar na mesmice das manhãs de setembro de Vanusa.
Qual trilha queremos pro nosso trilho?
Ela sempre esteve lá, mas só notamos a falta que ela nos faz quando é podada.
Homenagens póstumas são terríveis, já que marejam nossos olhos e nos afogam em remorsos.
É pesaroso ver que a cultura escoa em cada morte e deletério ver que o nosso futuro não contará mais com o nosso passado.
Como dito na música/crônica ´´Alucinação´´, morreu quem não estava mais interessado em efemeridades, e sim em amar e mudar as coisas.