Interferência: dia do radialista e homenagem a José Silvério

Crédito: Lucas Seixas/UOL
Em 2006, o senado federal aprovou uma nova data para a comemoração do dia do radialista. 7 de novembro foi escolhido em homenagem ao nascimento de Ary Barroso.

Mais conhecido por suas composições, entre elas, Aquarela do Brasil, Tabuleiro da Baiana, Rancho Fundo... Ary Barroso também se destacou no rádio, em um tempo em que era preciso ser muito versátil.

O radialista, que nasceu em 1903, brilhou nos microfones, principalmente da Rádio Tupi do Rio de Janeiro, como apresentador de programas de calouros, animador de auditório e ainda como um dos pioneiros na arte de narrar futebol.

É tido como o inventor da vinheta da hora do gol, ao utilizar uma gaitinha em suas transmissões. Neste link, você encontra um radioteatro em que contamosessa história. Mas nesta edição vamos homenagear outro narrador esportivo, que tal qual Ary, também é de Minas Gerais, do signo de Escorpião e teve na Tupi do Rio de Janeiro o destaque para começar a ser conhecido em todo o Brasil.


José Silvério completa 75 anos de idade no próximo dia 11 de novembro. Por isso, colocamos na área esta homenagem (no vídeo acima) mais do que merecida ao, talvez, mais premiado narrador esportivo do rádio.

A primeira oportunidade para narrar um jogo de futebol aconteceu em 20 de julho de 1963, quando Silvério tinha 17 anos. “Os locutores da Rádio Cultura de Lavras, que pertencia ao Grupo Bandeirantes, estavam de férias e um amigo  indicou Silvério, dizendo que conhecia um garoto que irradiava futebol de botão.

Natural de Itumirim, pequena cidade localizada ao sul de Minas Gerais, que não tinha nem time de futebol, Silvério é uma das maiores estrelas da narração do país e dá continuidade ao estilo de outros dois grandes nomes dessa arte, Nicolau Tuma e Pedro Luiz. Velocidade e precisão lance a lance são as marcas do “pai do gol” que trabalhou em rádios como Itatiaia e Inconfidência, em Belo Horizonte,  Continental e Tupi, no Rio de Janeiro, onde trabalhou como corresponde para a Tupi de São Paulo, no início dos anos 1970. Em 77, é um dos que teve a oportunidade de narrar o gol de Basílio que tiraria o Corinthians de um jejum de títulos. Alguns meses antes, tinha sido escalado como titular da Jovem Pan, em São Paulo.

Depois da Pan, Silvério ficou 20 anos como títular absoluto da equipe da Rádio Bandeirantes, até se afastar no início deste ano.

Além de ser conhecido pelo poder de, muitas vezes, antever o gol, a emoção é outra marca que sempre valorizou, como conta nesta entrevista ao repórter Helvídio Mattos, em 1994, na TV Cultura.

Depois de ganhar mais de 20 vezes o Prêmio da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo, José Silvério hoje dá nome ao troféu Aceesp.

No início de setembro, ao participar de uma live da União dos Narradores e ser entrevistado por Marcelo do Ó, Carlos Fernando e Napoleão de Almeida, o pai do gol afirmou que um dos motivos pelos quais deixou a locução esportiva é o fato de ter cansado da opção das rádios de transmitir as partidas de futebol dos estúdios e não das cabines dos estádios.

Durante a carreira, Silvério narrou onze Copas do Mundo e três finais da seleção brasileira (duas vitórias, em 1994 e 2002, e uma derrota, em 1998).

 

Ouça também uma edição especial do podcast Peças Raras aqui ou no player abaixo:  

Prorrogação:

Acompanhe uma bela reportagem especial no site de Esportes do UOL:  https://www.uol.com.br/esporte/reportagens-especiais/entrevistao-jose-silverio-quase-morreu-narrando-e-revela-que-nao-gostou-de-trabalhar-com-faustao/#page4

 

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