Podcast do Instituto Claro: Crianças refugiadas encontram acolhida em escola pública

Anthocell, Dione e David cantam com exclusividade para a gravação do podcast (crédito: Marcelo Abud)

Está no ar mais um podcast que produzimos para a série de Educação do Instituto Claro. A transcrição do áudio está aqui. E o download pode ser feito com o botão da direita do mouse neste link

Ouça no player abaixo ou diretamente no portal do Instituto:

O lançamento do livro “Eu estou aqui”, na livraria da Vila, na última quinta-feira (3/10), contou com a presença de pessoas de diferentes nacionalidades. Elas estavam interessadas em conhecer a história de 12 crianças refugiadas ou imigrantes que são contadas pela jornalista e escritora Maisa Zakzuk, mesma autora de “A Árvore da família”.
Para sua sexta obra, Zakzuk fez uma ampla pesquisa com docentes e gestores escolares a fim de se aproximar dessas crianças que tiveram de deixar seus países de origem para começar uma nova vida no Brasil. “A escola é a porta de entrada e de acolhida e de recepção para ela gostar da nação em que está entrando”, defende.
Das 12 crianças presentes no livro, 11 estão matriculadas em escolas públicas de São Paulo. Segundo a escritora, essas instituições de ensino são a principal fonte de acolhimento delas e, mesmo sem normas estabelecidas sobre como receber estrangeiros, coibir a xenofobia e o preconceito, as comunidades escolares têm demonstrado ter muita sensibilidade para lidar com a situação.
Neste podcast, você ouve relatos de crianças e de educadores que deixam claro o quanto a presença de refugiados e imigrantes representam uma ampliação das culturas com as quais os alunos brasileiros convivem atualmente. “As escolas públicas estão recebendo estudantes do mundo inteiro e é uma oportunidade de troca muito boa, se for bem aproveitada”, resume Zakzuk.
A percepção da escritora reflete também o que pensa a professora Dione Aparecida Evangelista, da Emei João Mendonça Falcão, que fica no bairro do Brás, região central de São Paulo. “Quando uma criança chega, os alunos começam a se questionar ‘o que a gente vai aprender com ela? Que língua a gente vai aprender, que música vai cantar? Então todo mundo que chega vai trazer algo de bom e vai nos ensinar.”
Além da docente, o Instituto Claro ouviu também a coordenadora e a diretora da escola e os alunos David e Anthocell. Eles destacam a importância do Projeto “Culturas do mundo – a história de muitas vozes”, que faz parte do cotidiano dessa Emei há pouco mais de três anos.
A instituição de ensino está localizada em uma região que, historicamente, convive com a questão da imigração, por ser um grande centro comercial da cidade de São Paulo. “Muitas vezes esses pais vêm também com a questão de procurar um melhor trabalho, melhores condições”, afirma a coordenadora pedagógica Marilene Sales de Melo.
Por esta particularidade, a Emei João Mendonça Falcão conta atualmente com alunos de 13 nacionalidades. Para promover a integração e boa convivência entre todos, a cada nova criança de outro país que ingressa, a escola inclui a bandeira da nação de origem dela e conversa com seus familiares para aprender mais sobre brincadeiras e músicas típicas da região que eles vieram. Ela, então, é recepcionada por todos os estudantes, que cantam uma música tradicional de seu país.
“Aí cantando pra ela, eu acho que ela se sente feliz. Ela se acha importante na vida dessas pessoas”, acredita Anthocell.

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