Museu Virtual do Rádio e da TV: a história do Repórter Esso, o primeiro a dar as últimas


A partir de hoje, você vai acompanhar mais uma galeria de nossas peças raras em exposição no Museu Virtual do Rádio e da TV. 


Neste episódio: 
- até 5 minutos: apresentação do projeto; 
- entre 5' e 06'24" - depoimento sobre rádio e importância do Repórter Esso; 
- entre 6'25" e 13'24" - História do Repórter Esso; 
- entre 13'25" e 16'11" - encerramento e depoimentos sobre importância do rádio. 



O Museu Virtual do Rádio e da TV é composto de relatos com pessoas com mais de 60 anos gravados por estudantes do programa Business Communication and Media da FAAP, que reúne os cursos de Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Relações Públicas. 

Neste primeiro episódio, conheça detalhes sobre o mais importante noticiário da história do rádio no Brasil: o Repórter Esso. Os relatos na íntegra desta série podem ser acompanhados no podcast ⁠Museu Virtual do Rádio e da TV⁠.



A HISTÓRIA DO REPÓRTER ESSO, TESTEMUNHA OCULAR DA HISTÓRIA; 
O PRIMEIRO A DAR AS ÚLTIMAS

Você já ouviu falar da agência de notícias Gillete Press? Na verdade, essa é uma brincadeira que se refere aos primeiros anos do jornalismo no rádio.

No início, o noticiário se resume à leitura ao microfone de matérias recortadas de jornais. Tesoura, papel e cola são os três recursos usados. Os locutores apenas liam e comentavam, ao microfone, informações que já haviam sido publicadas nos jornais impressos. O rádio ainda não se valia de uma de suas principais características: a instantaneidade.  

Isso muda em 28 de agosto de 1941, quando o governo brasileiro se junta aos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, ao lado das forças aliadas.

Essa é a senha para que o país passe a receber as notícias do conflito por meio do “primeiro a dar as últimas”: o Repórter Esso.

O boletim de notícias conta com patrocínio da Esso Brasileira de Petróleo, repetindo o formato de sucesso que já existia em cidades como Nova York (EUA), Buenos Aires (Argentina), Santiago (Chile), Lima (Peru) e Havana (Cuba) - fruto da "Política de Boa Vizinhança" dos Estados Unidos com os países da América Latina, seus aliados na guerra.

A agência de publicidade McCann Erickson, a mesma que traz o formato de radionovela ao Brasil, também é a responsável pela produção do noticiário. Em sua sede no Rio de Janeiro, as notícias chegam a partir de informações distribuídas pela agência internacional UPI (United Press International).

Até 1945, quando a guerra acaba, as notícias transmitidas envolvem principalmente informes sobre o desenrolar do conflito. O Repórter Esso se notabiliza como a "testemunha ocular da História".

Uma grande contribuição do programa foi introduzir o noticiário adaptado à linguagem radiofônica. Em cada capital brasileira e emissora, havia um jornalista diferente para ler o informativo.

Heron Domingues, no entanto, é o mais lembrado, por ter sido o Repórter Esso da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, ouvida em todo o país naquela época. É na voz dele que o manual de radiojornalismo traz as regras para que o padrão se manter, independentemente do jornalista que estivesse ao microfone.

A enorme credibilidade alcançada pelo Repórter Esso tem muito a ver com a marcante locução de Heron Domingues e de outros jornalistas que passaram pelo programa. Nos tempos áureos, destacam-se também os locutores Gontijo Teodoro e Luís Jatobá.

O programa Repórter Esso terminou suas transmissões em 31 de dezembro de 1968 com Heron Domingues narrando a abertura, e Roberto Figueiredo despedindo-se dos ouvintes bastante emocionado.


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