Transcrição: Tino Freitas e a literatura infantil e juvenil, no podcast Pois É, Poesia

Em outubro, mês das crianças e de professoras e professores, o Pois É, Poesia: Arte no Plural escreve mais um capítulo dessa história. O enredo gira em torno da “Literatura infantil/juvenil e o fabuloso mundo da leitura”. A edição completa da transmissão ao vivo do dia 23 de outubro está neste link ou no player abaixo:


Tino Freitas foi um dos entrevistados. 

Escritor, músico, jornalista, especialista em literatura infantil, contador de histórias e mediador de leitura, Freitas tem mais de 40 livros publicados. Suas obras caracterizam-se pelo humor, a crítica social, o experimento com o suporte papel/folha/livro/objeto enquanto importante elemento condutor da narrativa. Alguns dos seus livros receberam prêmios como o Jabuti, o selo Altamente Recomendável para a Criança da FNLIJ, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, além de integrarem seleções de destaque nacional, Selo Distinção da Cátedra Unesco de Leitura PUC Rio e os 30 melhores livros do ano da Revista Crescer e Internacional (The Braw Amazing Bookshelf, da feira de Bologna). 

A seguir, a transcrição completa da conversa do escritor com o poeta e apresentador Reynaldo Bessa:


(Vinheta: música que identifica o Pois é, Poesia)

 

Reynaldo Bessa

Nosso podcast conta agora com tino Freitas. Tino Freitas é escritor, músico, jornalista, especialista em literatura infantil, contador de histórias e mediador de leitura. Tem mais de 40 livros publicados. Suas obras caracterizam-se pelo humor, a crítica social, o experimento com o suporte papel/folha/livro/objeto enquanto importante elemento condutor da narrativa. Alguns dos seus livros receberam prêmios como o Jabuti, o selo Altamente Recomendável para a Criança da FNLIJ, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, além de integrarem seleções de destaque nacional, Selo Distinção da Cátedra Unesco de Leitura PUC Rio e os 30 melhores livros do ano da Revista Crescer e Internacional (The Braw Amazing Bookshelf, da feira de Bologna). Tem obras selecionadas e distribuídas em programas de leitura como PNBE, o PNAIC, né? PNLD Literário e o Leia com uma Criança. Tino Freitas, quanto tempo. Chega aí?

Tino Freitas

Fala, meu querido Bessa, Reynaldo Bessa. Que coisa boa. Que bonito ouvir o Pedro, né? Pedro diz muita coisa que a gente tem que guardar, porque ele saca muito e tem uma experiência vasta. É sempre importante. Pedro é um grande cantor. A gente já brincou uma vez, acho que em Araxá, cantando o repertório da Noviça Rebelde. Esse menino é danado. Esse Pedro Bandeira. Um abraço se ele estiver ouvindo a gente aí.

Reynaldo Bessa

Ah, Pedro é um menino realmente maravilhoso. Tino, antes de te fazer uma pergunta mais técnica, né? Da tua área e, enfim, desse teu universo que você vem fazendo com muito brilho, né, eu tenho acompanhado. Eu queria que você contasse para a gente como é que foi as tuas peripécias na Flip Paraty 2024? Que é que você fez por lá, fez mediação de leitura? Uma coisa que eu vou acabar te perguntando aqui, como é que foi lá? Conte pra gente.

Tino Freitas

Ah, dessa vez foi um ping pong muito rápido. Eu tive uma participação dentro da programação da Flipinha ou agora uma provocação sobre um livro chamado “Não sei Desenhar Camelos”, que é um livro para brincar com... amplificar a fantasia. E a gente foi conversar sobre essa, essa exploração dessa fantasia brincante dessa ideia de que a fantasia ajuda a gente a criar o mundo como ele é, né?

E essa percepção foi a base da nossa conversa lá em Parati. E depois eu fui a uma biblioteca, porque gosto muito, fora da programação oficial, de buscar as escolas, quem é que está fazendo um trabalho importante de mediação. E tenho sempre que é uma escola, pertinho do centro, ali mesmo de Parati, que tem um acervo muito rico de literatura infantojuvenil. E foi uma conversa com alunos mais jovens que estão se formando mediadores de leitura. Que são essas pessoas que vão levar as histórias àqueles outros, né, que ainda não tem o pleno domínio de uma leitura autônoma, sozinha e tal. Então, Paraty foi essa brincadeira, foi um bate e volta. Não deu pra ficar porque já tinha um compromisso marcado antes da seleção do convite, né? Eu tinha já um compromisso familiar e não pude. Então foi uma correria danada. Mas, deu certo. Encontrei alguns amigos e pude partilhar um pouquinho dessa pequena experiência que tenho carregado aqui comigo.

Reynaldo Bessa

Eu vi algumas fotos muito bonitas, inclusive com a Paloma Jorge Amado e tal.

Tino Freitas

Ah, é a Paloma. A Paloma fica sempre. Eu fico mais bonito do lado da Paloma, né? Porque a Paloma já é bonita por natureza. A gente tem encontrado, em alguns eventos, uma turma da literatura adulta, vamos dizer assim, Bessa, que tem namorado também a literatura infantil. E isso tem sido bacana, porque é tudo numa literatura só, né? A gente está falando de arte e quando a gente se mistura, fica tudo muito mais interessante, cada um com a sua especialidade, mas todo mundo reunido junto, sem uma régua para medir. E isso tem sido bacana. E a Paloma é dessas que me recebe sem réguas e me recebe sempre com carinho, com um abraço. E a gente está namorando aí uma história junto. Uma hora, quem sabe?

Reynaldo Bessa

Maravilha! Cara, o Drummond fala, né? Por que literatura infantil, né? Por que pintura infantil, por que música infantil, né? E eu namoro a literatura infantil há muito tempo. Eu acho que ela não quer namorar comigo, mas eu namoro há muito tempo.

Tino Freitas

É, mas a gente vai, era é dificilzinha. A gente vai ali olhando, piscando um pouquinho. Tem uma hora que casa.

Reynaldo Bessa

Tino, para uma apreensão de leitura de um leitor adulto, a gente, nós falávamos sobre isso, alguns recursos são levados em conta na hora de escrever um livro, enfim, produzir um livro, né? Esses conhecimentos são conhecimentos linguísticos, conhecimentos textuais, intertextualidade, conhecimentos enciclopédicos e conhecimentos interacionais. E para audiência infantil, infantojuvenil, juvenil, mundo dos seres ainda em formação, o que você leva em conta quando se põe a escrever um determinado texto? Qual é o termômetro, enfim, no que você se sustenta? Ou seja, isso aqui vai, aquilo não, por que isso, por que aquilo, bá bá bá?

Tino Freitas

Olha, eu acho que tem uma base muito importante, eu acho. Às vezes a gente não percebe e diz assim, ‘Ah, eu faço histórias para criança’, mas a gente não percebe, às vezes, e eu estou me colocando nesse lugar também de que o primeiro leitor do livro para criança é o adulto. Ele é o pai, é a mãe, é o professor, é o coordenador da escola que vai escolher os livros que vão entrar na lista. E o Pedro Bandeira respondeu muito bem essa questão da importância da literatura na escola, já que somos um país com algumas dificuldades etc. Mas eu gosto muito... Eu fui uma criança meio séria e eu fui me tornando um ser brincante. A minha infância ela vem à tona, eu acho, muito tempo depois. É claro que eu vou estudar a linguagem, eu vou buscar essa percepção, mas eu gosto muito da ideia do meu eu adulto como mediador e como leitor e como criança, me coloco nesse lugar para ouvir as minhas histórias. E eu escrevo muita coisa que eu não gosto. E elas ficam ali no cantinho assim, mas de vez em quando vem uma ideia boa. E eu gosto muito da percepção. Um dos caminhos que faço é buscar as histórias... como é que eu posso dizer melhor? Que busquem uma interação, uma provocação na cabeça da criança? A gente tem que... eu penso que escrever exige mais do que a gente provoque, do que dizer o que é certo, o que é errado. Essa é uma provocação que tem comigo mesmo. Nem sempre a gente consegue, mas se a gente insiste, adormece ali no cantinho. É isso. Mas eu escrevo muito pensando nesse cara que sou eu, que eu me vejo, como eu me vejo uma criança adulta, porque o livro primeiro, infelizmente, a Cecília Meireles vai dizer em um de seus livros sobre literatura infantil que seria maravilhoso se a criança escolhesse sozinha o que ela... pelo seu gosto, o que é que ela demandaria como literatura infantil. Mas infelizmente não é isso. É a gente que faz. É um adulto escrevendo para uma criança e é um adulto que vai entregar esse livro para a criança e dizer ‘leia isso’, né? É claro que depois a criança vai crescer e vai dizer, ‘não, não quero ler isso, não quero ler aquilo’. Mas pensando também, como disse o Pedro Bandeira, em escrever pensando no público, na questão cognitiva, né? O que que vai chegar e alcançar? Não dá pra colocar questões que ainda não são possíveis de ser absorvidas no pensamento das crianças. E as crianças são várias, né? São várias as infâncias. E hoje o mercado tem um mercado voltado para os bebês, o mercado voltado para a creche, o mercado voltado para educação infantil. Fundamental 1, fundamental 2, ensino médio. Então, cada público desse tem suas características e é preciso a gente estar atento a esses caminhos na hora que vai escrever uma história.

Reynaldo Bessa

E é um ser, como o Pedro falava, é um ser em formação, né? Então não é possível colocar todos os recursos, digamos assim, como numa como num adulto formado. Então é esse o grande desafio. Né?

Tino Freitas

Quando a gente vai para os eventos, Bessa, também... Hoje o Brasil volta, depois da pandemia, a ter uma série de eventos literários. Você também sabe bem disso. E muitas vezes há um certo olhar crítico porque a criança não participa dos seminários ou de mesas de debates e tal, mas porque a criança não tem, como o adulto, essa leitura prévia, essa coisa  ‘Vou na livraria comprar um livro do Bessa e eu quero encontrar o Bessa ali, quero saber o que que tem’. A criança dificilmente passou por isso. Então ela quer ver alguém que esteja ali interagindo com ela, que tenha uma leitura que, de imediato, possa dar uma sacudida, para que depois ela, né, possa se apossar desse desejo de encontrar o autor, mas muitas vezes há esse desencontro e a gente precisa achar um caminho pra se abraçar junto.

Reynaldo Bessa

Maravilha! Nós temos algumas coincidências, né? A minha infância também veio depois, depois de adulto, está ainda em curso e nós temos ainda... (brincando) Você faz aniversário ainda no dia 18 de maio?

Tino Freitas

Bom, bom, até o ano passado e até esse ano ainda foi 18 de maio. Não sei se o ano que vem as coisas vão mudar, mas estou aí, nesse, nesse lugar aí.

Reynaldo Bessa

(rindo) Maravilha. Tino, você meio que já respondeu, então eu vou resumir aqui. Você praticamente respondeu as 2 últimas perguntas, mas é sobre a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, da CBL, a edição 2020, que diz que o não leitor é aquela pessoa, aquele leitor que nunca leu um livro na vida, né? A consequência disso é por não ter tido a possibilidade de encontrar na vida um mediador de leitores, que pode ser o irmão, pode ser a namorada, pode ser o melhor amigo, pode ser o professor, geralmente a mãe ou o professor, né? Você sabe disso. E aí você abordou já essa coisa do teu trabalho com a mediação de leitura. Você também faz isso. Você sente, você vê esse avanço, por mais que as pesquisas digam, são 4,6 milhões de leitores perdidos no Brasil. E a tendência é aumentar dessa pesquisa agora 2020, somente 2 regiões, né, que eu não vou falar, mas enfim, aumentaram um pouquinho o número de leitores, mas não foi muito. O resto, todas as regiões caíram todas. Como é que você vê, você está fazendo esse trabalho de mediação, como é que você vê? Você vê um avanço? Isso é legal, vamos em frente, vamos fazer?

Tino Freitas

É o Retrato da Leitura é uma pesquisa muito importante e a gente - massa que você possa citar aí -, e a gente se baseia muito no que diz o Retratos. O que eu posso dizer assim, eu não tenho condição de abarcar o Brasil inteiro, né? E é preciso ter uma percepção de que o Brasil é um... uma capital como Brasília, que é onde eu estou agora, ou como São Paulo, ou como Fortaleza, não tem um parâmetro para dizer o que é o Brasil. O Brasil ainda carece de muitas bibliotecas públicas e bibliotecas comunitárias. Mas o que eu vejo no meu cotidiano, é que há ainda um aumento de bibliotecas comunitárias, pessoas que na sua garagem montam uma biblioteca, recebem as crianças, há pessoas que levam livros em barcos para determinadas comunidades ribeirinhas. O cara que leva algum acervo passando por comunidades rurais e tal. Então, esse trabalho é feito de formiguinha. De vez em quando os governos atentam e se movimentam para que haja um fomento a essas pessoas que fazem isso, com muito amor e com o desejo de fato de que as pessoas possam, a partir da leitura, se tornar um cidadão melhor. Eu gosto muito de dizer que exercitar é a leitura, nesse ponto do mediador, a gente é aquele cara que está ensinando o outro a fazer o exercício na academia, né? E fantasiar, eu já falei isso mais cedo, é inventar o que não existe. E tudo que não era da natureza, alguém teve que inventar, que fantasiar antes. Então o cara que criou aqui essa plataforma onde a gente está conversando, ele provavelmente foi um leitor lá na infância dele, talvez. Então eu vejo, eu vejo que que esse trabalho da mediação pode ser melhorado. A gente tem que colocar na prática a lei de ter as bibliotecas escolares, de ter bibliotecas públicas em todos os municípios. Há muita que ser feito e às vezes é cansativo, porque essa é uma conversa já que vem de um longo tempo. Se já é cansativo para mim, imagino o que o Pedro Bandeira, por exemplo, já deve ter escutado isso muito. Mas a gente vai fazendo o que a gente pode fazer, a nossa parte, né?

Eu acho que a internet vem aí também pra aproximar os leitores. Eu tenho feito muitos encontros em salas de aula pela internet. Às vezes o tempo não dá, mas quando dá, a gente se abraça. Há possibilidades. Mas vejo o Brasil com mais leitores, Bessa. Isso não quer dizer que o Brasil esteja resolvido. Nós temos um país muito gigante, se a gente for comparar com o que acontece em Portugal, por exemplo. Portugal não tem uma compra de governo que vá para as escolas, porque é uma outra percepção, é uma outra cultura, mas a gente vê no Brasil um movimento ascendente de movimentos populares mesmo, de você criar uma biblioteca naquela comunidade, de você ir até aquela comunidade para criar um lugar onde você vai ter uma vivência com literatura. E vejo isso como maior, mas gostaria que fosse muito maior ainda. É isso que vejo. E, no meu caso, como eu vou levar a minha escrita junto, quando eu escrevo, aí vou voltar àquela tua primeira pergunta rapidinho. Eu escrevo também como mediador. A minha experiência como mediador me ajuda na composição de pensar, ‘Ah, aqui é hora de virar a página’. ‘Tem uma surpresa que vai acontecer aqui’.  Pensar o livro, o livro pra criança, a gente trabalha com o livro ilustrado, então é importante também, às vezes, a gente pensar, ‘o que é que eu posso não dizer e ser dito pela ilustração’. A criança pequenininha, ela tem uma percepção muito, e agora a gente vai estar com a Nat (Grego), não, hoje. E falar dessa questão da ilustração. A criança pequena ou outros leitores já maiores, no tempo do livro ilustrado, eles vão ter essa leitura. Você primeiro vê o desenho, depois você vê o texto, aí depois você volta para o desenho para ver se esse o desenho está de acordo, está ironizando, está fazendo o quê com o texto? E se ele está convidado você a virar a página. Então, criar uma história brincando com isso ou, como mediador, fazer com que o leitor perceba isso sem precisar ser professor, é um a grande mágica do negócio. Não é simples, não é? Não é fácil, mas cada um nos seus quadrados, aí, não é, a gente vai tentando amplificar essa ideia de que o Brasil pode ser mais leitor.

Reynaldo Bessa

Tino, meu querido, muito bom te rever, você sabe disso, né? A gente ficou um tempão aí, enfim, cada um no seu caminho, cada um buscando as os seus objetivos, mas você sabe que está no meu coração, né?

Tino, rapidinho, qual o teu livro mais resolvido, né? Um escritor português disse que escreve sempre um livro novo como uma forma de tentar corrigir o anterior. Qual o teu livro mais resolvido? Assim, rapidinho, porque eu quero que você leia ainda um trechinho de alguma coisa sua aí rapidinho.

Tino Freitas

Ah, Bessa, eu tenho dificuldade, porque são muitos livros, né? Então, assim, o que eu gosto de dizer quando as crianças perguntam assim, qual o teu livro preferido? Eu gosto de dizer que o meu livro mais querido é o meu primeiro livro “Cadê o juízo do menino”, que eu fiz em homenagem ao Pedro, meu filho Pedro foi um menino muito danado e inteligente. Sobrevivemos todos a isso. E eu fiz esse livro em homenagem ao Pedro. E por que que gosto dele? Acho que ele foi o mais resolvido? Foi porque, respondendo aí a tua pergunta, foi porque ele, esse livro, particularmente, ele me deu as primeiras grandes emoções que o livro poderia me dar. Eu queria fazer um livro só para matar essa vontade de que alguém em algum lugar ia pegar um livro meu e ler. Eu continuava ali abraçado com a música, mas, continuo abraçado com a música, mas agora é um carinho menor. Eu estou mais abraçado aqui, não é? Mas a ideia de escrever, de continuar escrevendo, de estudar mais, de buscar outras leituras para amplificar o repertório também se dá porque eu gostei de ir às escolas, gostei da ideia do autógrafo. Eu gostei de quando uma criança me deu um parafuso de presente uma vez depois de uma visita, com a leitura desse livro. O “Juízo” ganhou um prêmio já de primeira, de saída. Isso foi importante. Também gostei disso. A gente faz um carinho um pouquinho nessa coisa que a gente tem da vaidade, vamos dizer assim. A gente vai mudando essa vaidade com o tempo, mas naquele momento foi importante. Então o “Juízo” foi esse lugar maravilhoso de dizer assim, ‘cara, vamos em frente que eu acho que que tem aí alguma coisa legal’. E eu me descobri esse cara que gosta de escrever histórias, de fazer canções - que continuo fazendo -, mas, de ter uma comunicação muito rápida, muito na mesma linha que as crianças. Então, se você me colocar numa sala com 30 crianças, a gente vai bater um papo muito legal. Essa linguagem que o Pedro também falou, né? Vai para onde? Depois vai para o outro e tal. Então eu consegui estabelecer. Acho que o palco me deu isso.  Esse palco que você também habita há muitos anos, mas eu não sabia que eu poderia ter uma interação tão gostosa com as crianças. E aí o “Juízo”, “Cadê o juízo do menino?” me deu isso. Eu acho que é por ele que vou em frente.

Reynaldo Bessa

Você quer ler um trechinho de alguma coisa que você separou?

Tino Freitas

Ah, eu trouxe. Nós estamos em um dia muito especial também, porque um poeta foi passear, né?  E um grande poeta (Antonio Cícero). E eu tenho um livro de poemas, que é o “Menino que não faz xixi fica verde”. E é um poema curtinho só. É um poema que fecha o livro. Bom, 2 poemas curtinhos, Bessa, só para brincar: o que abre, o que fecha, o que abre é o promessa que diz assim...

‘Antes da lua apagar / bem antes do sol nascer / antes do sono chegar / bem depois do entardecer / vou sussurrar todo dia um poema para você’. E aí o livro vem com mais outros poemas e o final ele vai dar o poema que dá título ao livro, que é um poema brincante chamado ‘Menino que não faz xixi fica verde’, que diz assim:

‘Menino que não faz xixi fica verde. Menina que não solta pum amarela. Alilás, quem disse isso foi a Bruxa. A vontade de ser criança’.

E o “Menino que não faz xixi fica verde” é um livro que foi ilustrado pelo Rodrigo Fischer e publicado pela Gato Leitor. E eu preciso dizer que o “Cadê o juízo do menino?” é o livro também maravilhoso para mim, porque foi ilustrado pela Mariana Massarani, publicado primeiro pela Manati, uma editora muito querida lá de 15 anos atrás. Fez 15 anos esse ano, mas hoje publicado pela Brinque-Book. E quero agradecer o convite, vou aqui seguir assistindo, ouvindo. Tá muito bacana essa conversa e eu vou continuar seguindo. Até breve. Um grande abraço.

Reynaldo Bessa

Valeu, Tino querido, beijo cara, tudo de bom. Sucesso aí, viu?!



 

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