#HOJEPOD: Rio Memórias e Rádio MEC celebram centenário do rádio no Brasil

Desde 2005, quando descobri e passei a produzir podcasts, ouço algumas pessoas perguntando, ‘mas, afinal, podcast é rádio?’.

Há 10 anos, respondi a esta questão com um dos capítulos do livro História do Rádio no Brasil, assinado pela professora e radialista Magaly Prado e com um grande número de colaboradores.

Nele, eu já dizia e defendia que “Podcast é Rádio. E livre”.

Inclusive naquele setembro de 2012, quando o livro foi lançado, tive o privilégio de cuidar da produção de uma série de podcasts chamada “Histórias do Rádio no Brasil”, em 10 capítulos. Ela pode ser conferida nas postagens mais recentes do podcast Peças Raras.

Mas voltando ao paralelo entre rádio e podcast, acompanhando projetos que abordam o mesmo tema em uma ou outra forma de distribuição da linguagem essencialmente produzida em áudio, noto que isso hoje faz ainda mais sentido. Para que você chegue às suas próprias conclusões, eu vou dividir nesta edição do #HOJEPOD duas séries que abordam episódios envolvendo o centenário do rádio no Brasil.

A primeira dica é uma realização da Rádio MEC com a proposta de contar “Cem Anos em Cem Programas”.

Com cerca de cinco minutos de duração por episódio, desde o dia 31 de maio e até o dia 7 de setembro, diariamente a emissora veicula uma mescla de entrevistas e pesquisas de acervo para abordar aspectos históricos.

Em destaque, a cada edição, personalidades, programas e emissoras marcantes que fazem parte da memória afetiva de ouvintes e sintonizam os mais jovens com esta trajetória do primeiro meio de comunicação de massa.

A locução dos interprogramas é da jornalista Claudia Bojunga , profissional da EBC e bisneta daquele que é considerado o pai do rádio no Brasil, o professor Edgard Roquette-Pinto.

Originalmente, a série que celebra os 100 anos do Rádio no Brasil vai ao ar pela Rádio MEC diariamente, em três horários. Os episódios também são transmitidos por emissoras parceiras da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP). Eles estão também em formato de podcast no site da Agência Brasil. Pra facilitar eu publiquei um link para você conseguir ouvir todos os capítulos destes Cem Anos em Cem Programas no blog Peças Raras. Está na postagem do dia 9 de junho: http://pecasraras.blogspot.com/2022/06/o-radio-no-brasil-cem-anos-em-cem.html

Os episódios trazem recortes muito interessantes e com ótimas entrevistas. Por outro lado, o fato de entrar no ar diariamente e com um tempo determinado não permite muitas inovações na maneira de contar as histórias. Isto faz parte das produções pensadas para os meios de comunicação tradicionais, que precisam se prender a uma grade ainda hoje, a da programação.

A outra dica é justamente a que faz com que eu endosse o que disse antes, ou seja, que o podcast é rádio na linguagem, mas tem uma liberdade sem limite. O projeto já foi destaque aqui no #HOJEPOD e agora está em sua segunda temporada. Eu estou falando do podcast “Rio Memórias”, que também celebra o centenário do rádio em alguns dos episódios da segunda temporada. Antes de revelar quais são esses episódios, vamos ouvir o coordenador, roteirista e também responsável por algumas locuções adicionais no Rio Memórias, o jornalista Rodrigo Alves.

RODRIGO ALVES EXPLICANDO O QUE É O RIO MEMÓRIAS

E quem conta o que é destaque na segunda temporada do Rio Memórias é a historiadora e apresentadora Gabriela Montoni.

GABRIELA MONTONI CITA O MOTE DA SEGUNDA TEMPORADA DO RIO MEMÓRIAS, CHAMADA RIO DESAPARECIDO E COM LUGARES E SÍMBOLOS DA CIDADE QUE NÃO EXISTEM MAIS, A NÃO SER NO MUSEU VIRTUAL www.riomemorias.com.br

Se eu disse que a série Cem Anos em Cem Programas da Rádio MEC tem pouco tempo para se dedicar às produções dos episódios e ainda precisa respeitar uma duração aproximada de 5 minutos (apesar de quase todos extrapolarem um pouco este tempo), no caso do Rio Memórias, o trabalho de uma equipe de cerca de 8 pessoas permite que os episódios tenham roteiros criativos e com tempo para nos permitir viajar para cada lugar ou símbolo desaparecido da cidade maravilhosa. E como você ouviu, entre eles estão o local que foi destruído para dar lugar à exposição do centenário da Independência e algumas rádios que não existem mais.

Outro detalhe importante, acredito, é o fato de que no rádio ouvimos o que está sendo transmitido e nem sempre há tanto interesse pelo assunto veiculado, além de normalmente escutarmos enquanto fazemos as tarefas do dia a dia.

No caso de projetos exclusivamente pensados para a podosfera, o público escolhe o que e quando quer ouvir, o que faz com que esteja mais aberto a algumas ousadias, como a da reconstituição de fatos históricos no Rio Memórias.

O rádio e o podcast têm, sem dúvida, suas peculiaridades, mas o que importa é que o conteúdo seja bem pensado e o roteiro dê uma boa forma à ideia.

Semana que vem eu volto com mais da linguagem radiofônica na podosfera, esse incrível universo dos podcasts.



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