Por que Futebol é com a Bandeirantes?

Foto da Praça da Sé, na Copa de 62: a torcida brasileira ouvia
a transmissão da Rádio Bandeirantes e acompanhava
a movimentação em um telão iluminado.

Neste sábado, dia 5 de maio, José Paulo de Andrade, Salomão Ésper, Milton Neves e Mauro Beting participam de evento no Museu do Futebol, no Pacaembu, em São Paulo, para dar voz à conhecida tradição de que Futebol é com a Rádio Bandeirantes. Os detalhes desse evento, ligado ao lançamento de 4 audiolivros com a história dos grandes clubes paulistas podem ser acompanhados aqui. Os livros relembram momentos que comprovam que Futebol é com a Bandeirantes. Alguns desses feitos estão no texto que segue:

Em 1939, abrem-se as cortinas e tem início o espetáculo. No 1º tempo, a Bandeirantes ainda não transmite futebol, mas já leva Bola ao Ar. O pioneiro programa esportivo da emissora coloca em campo Ari Silva e suas crônicas à torcida amiga.

Nos anos 40, o “Homem do Gol Inconfundível”, Rebello Júnior, se torna o titular de esportes e diretor da emissora. O futebol ganha mais força na programação.

O 2º tempo vem em 1958. Na direção artística e comercial, Edson Leite faz o meio de campo para a criação da Cadeiva Verde Amarela. Nossa seleção conquista o primeiro título na Suécia. Já o scratch do rádio abraça o Brasil de Norte a Sul, sendo retransmitido por 400 emissoras. Em campo, a dupla imbatível: Pedro Luís e Mário Moraes. Com os novos reforços, registram-se os maiores índices de audiência da história. Segundo institutos de pesquisa da época, a Cadeia Verde Amarela tem 90% da audiência durante a Copa.

O tempo passa, vem a Copa de 62. Na Praça da Sé, em São Paulo, a multidão imagina o que acontece no Chile. A “mais popular emissora paulista” construíra um painel luminoso para reproduzir a posição da bola nos jogos da seleção canarinho. Pelos alto-falantes, a torcida sente a emoção de cada lance com a precisão e clareza de Pedro Luís. Aguenta, coração.
Em depoimento ao MIS (Museu da Imagem e do Som), o narrador revelou que tinha por meta traduzir com perfeição a posição da bola no gramado. Feito um teatro, em que o elenco ensaia cada passo, um dia antes, o mestre simulava a irradiação do jogo.

 

Ouça, no player acima, depoimentos de ouvintes como Sidney Corrêa e do veterano José Paulo de Andrade, colhidos na festa de 74 anos da Rádio Bandeirantes, na Pinacoteca, em que os ouvintes relembram esse momento incrível do rádio (se o player não estiver visível, clique aqui para ouvir).

Ainda em 62, outro campeão entra para o scratch do rádio. Estevam Sangirardi e sua incrível equipe alegram a torcida com o Riso Futebol clube. A experiência foi o embrião da mais famosa empreitada de Sanja, que chega à Bandeirantes 5 copas depois. Naquele ano de 82, em que o Brasil teve uma de suas melhores seleções, Sangirardi retorna à emissora. Com sua galeria de personagens memoráveis, transforma as jornadas esportivas em um verdadeiro Show de Rádio. 
Mas muita emoção estava por vir. Nos anos 80, Fiori Giglioti é o titular do time campeão do rádio. O “moço que veio de Lins” coloca poesia na área e torna-se protagonista de uma das passagens mais marcantes do rádio esportivo. No crepúsculo de jogo da queda do Brasil na Copa de 86, o torcedor se emociona ao ouvir Fiori dar voz a seus sentimentos. Como costumava dizer, mais uma vez vimos “as esperanças morrendo, os sonhos da torcida brasileira sendo destruídos”.
Fiori permanece ainda por muitas copas como titular, posição atualmente ocupada por José Silvério. Chegamos ao 3º Tempo do scratch do rádio. Em 2006, Milton Neves e Silvério passam a integrar a melhor equipe do rádio, ao lado de craques como Mauro Beting e Zaidan.
O “pai do gol” segue a escola de Pedro Luís e narra com agilidade e precisão. Qualidades que lhe renderam o título de imortal no Prêmio ACEESP – Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo.
Na Bandeirantes de ontem, hoje e de amanhã, seja qual for o resultado, o ouvinte sempre sai ganhando. Afinal, Futebol é com a Bandeirantes e o time que sempre joga a favor da melhor transmissão.
Capas dos audiolivros em comemoração aos 75 anos da Rádio Bandeirantes,
que serão lançados neste sábado, das 16 às 19 h., no Museu do Futebol.

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