Histórias do Rádio 9: CBN, a notícia e o futebol em FM
Você pode acompanhar nas principais plataformas de streaming de áudio, como Spotify, Google Podcasts, Apple Podcasts, entre outras. Abaixo, é possível escutar diretamente pelo player do Castbox.
Nos anos 90, apesar do enorme número de ouvintes, a
audiência fica muito dividida entre as muitas emissoras que brigam pela
audiência no dial. Para conquistar novos públicos, o Sistema Globo de Rádio
percebe a necessidade de experimentar novos rumos. Primeiramente, coloca no ar
uma emissora musical com comunicadores populares, como Eli Corrêa e Paulo
Lopes. A Rádio X fica no ar algum tempo até que um projeto ainda mais ousado e
no qual poucos acreditavam ganha espaço. Neste episódio, você acompanha um
depoimento exclusivo do locutor Fernando Alves, responsável pela transição
entre a emissora popular dos 90,5 MHz para a Central Brasileira de Notícias. Em
seguida, um registro histórico: entrevista do jornalista Daniel Grecco com o
então gerente de jornalismo do Sistema Globo de Rádio e idealizador da
transmissão da CBN em Frequência Modulada, Heródoto Barbeiro.
Heródoto também inovou ao transmitir em vídeo a programação jornalística da CBN, algo comum nos dias de hoje |
Na conversa, o âncora de programas jornalísticos no rádio e na TV revela como deixou a História (antes era professor) para entrar para o Jornalismo e viver o tempo presente. Heródoto comenta ainda como o rádio concorre com outras mídias instantâneas, que até pouco tempo não existiam. Ao falar tanto em futuro da mídia (em 2009), Heródoto aborda também a antiga divisão entre AM e FM e afirma que o que importa é o conteúdo, além de citar como o humor auxilia o jornalismo.
No bate-papo exclusivo para o Peças Raras, conduzido pelo repórter Daniel Grecco, o jornalista diferencia o papel das escolas de jornalismo e do diploma para quem pretende exercer a profissão; relembra como aconteceu a transmissão em conjunto com a Bandeirantes AM, durante o governo Collor; e revela que ouve e aprende com as concorrentes.
Heródoto acredita que o papel do jornalismo é mostrar diferentes opiniões para que o ouvinte forme a sua própria verdade sobre determinado assunto. Segundo ele, a mesma independência que tem em relação à linha editorial é alcançada com o departamento comercial.
CONTEXTO
Atualmente, é cada vez mais comum encontrar em FM, noticiários, serviços e transmissões de futebol. Na verdade, isso se deve à dificuldade crescente em se sintonizar uma emissora em Ondas Médias (AM), principalmente em grandes cidades, em que há muita interferência. Com o objetivo de alcançar um público que está em trânsito boa parte de seu tempo, as transmissões em FM passaram a se voltar a esses novos conteúdos.
Segundo um estudo publicado já há algum tempo no jornal Meio & Mensagem (de Setembro de 2003), o público, tanto de AM como de FM, precisa e deseja estar informado. O tempo que dispõe para isso é cada vez menor, quase sendo impossível se dedicar à leitura atenta e constante de periódicos como jornais e revistas e até mesmo assistir a telejornais. Além disso, em grandes centros, como São Paulo e Rio, o trânsito força as pessoas a ficarem cada vez mais confinadas durante um bom tempo em seus carros. Isto tem levado os ouvintes a buscar informações justamente nesses momentos, por meio do rádio.
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