Samba-enredo: uma outra história do Brasil

Mangueira 2019: indígenas, negros e pobres deram o tom do carnaval da escola carioca que fez e reviu a história 


Aproveitando toda a expectativa em torno deste Carnaval, produzimos para o podcast de Cidadania do Instituto Claro um episódio sobre a revisão histórica que muitos sambas-enredo fizeram e fazem. No áudio, ouvimos pesquisadores da passarela do samba carioca, conforme você pode ouvir neste link ou no player abaixo (além do canal "Instituto Claro" em plataformas como Spotify e Google Podcasts):


(texto publicado no site do Instituto Claro)

Desde meados dos anos 1950, tendo como ponto alto a composição “Navio Negreiro”, defendida pela Salgueiro, os desfiles no sambódromo do Rio de Janeiro são marcados por alguns sambas-enredo que contam a História do Brasil por um ponto de vista diferente daquele que é apresentado ainda hoje como oficial.

“Eles colocam uma perspectiva de que outros grupos também fazem parte da construção do país, porque, na narrativa hegemônica, muitas vezes, grupos indígenas, negros e populares não são enxergados com a sua devida contribuição para a história”, explica a doutoranda em História, Política e Bens Culturais pela Fundação Getúlio Vargas Anna Cristina Almeida.

Ouça também: Por que as antigas marchinhas são machistas?

Em seu trabalho, ela se debruçou sobre quase 1,6 mil sambas-enredo dos carnavais cariocas (entre 1939 e 2019). A visão da pesquisadora é corroborada pelo historiador, escritor e compositor Luiz Antonio Simas, autor de diversos livros sobre o tema.

Samba como instrumento pedagógico

“Há essa perspectiva do samba de enredo também ser um instrumento pedagógico de revisão de uma certa história oficial. É contar a história, por exemplo, da independência a partir da luta dos ‘Baianos do 2 de julho’; é você contar a história da abolição tirando a centralidade da figura da Princesa Isabel e colocando a centralidade numa luta que começa em Palmares, que passa por personagens fundamentais, como Tereza de Benguela, Luiza Mahin”, defende. No áudio, ambos citam sambas que têm essa proposta e porque devem ser vistos como instrumentos importantes de educação popular.

A Rádio CBN tem feito uma série de matérias sobre os sambas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Acompanhe neste link o podcast sobre o Carnaval 2022.

A Bandnews FM Rio também fez uma série de episódios sobre os enredos do carnaval deste ano. Acompanhe o resumo no episódio abaixo:


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