Livro Aberto: podcast sobre História do Cerco de Lisboa, de Saramago, tem trilha sonora original composta por Reynaldo Bessa

Reynaldo Bessa grava música que compôs para a trilha do podcast no estúdio da Play it Again (Crédito: Marcelo Abud)

Os podcasts têm sido produzidos com cada vez mais qualidade e originalidade. Esses programas que tiveram origem na linguagem radiofônica e foram pensados para serem ouvidos quando e onde o público bem entender atingem um momento diferente. 

Um número crescente de produções têm sido feitas em estúdio e trabalhadas em cada detalhe. Considero a série "Histórias de ninar para garotas rebeldes", realizada pela B9 e patrocinada pelo Bradesco, inspiradora. Não apenas pelas narrativas que traz, mas também pela forma em que os episódios foram tratados (conheça os detalhes desta produção aqui).

Pois bem. Aqui uma experiência que fizemos para um episódio da série Livro Aberto, podcast que está no ar desde 2012 pelo Instituto Claro. O resultado você confere no player abaixo ou neste endereço (em que você pode também baixar o episódio, além de ter a transcrição do conteúdo):




Trilha sonora original
Para este podcast, convidamos o músico e compositor Reynaldo Bessa. O artista criou três faixas que ambientam o áudio, além de uma música tema a partir da história central da obra de Saramago. Confira abaixo um vídeo dos bastidores da gravação, que aconteceu no estúdio da Play it Again Som & Imagem:


As músicas criadas por Bessa tiveram as participações de Caio Torrezan (como instrumentista e na masterização) e de André Minassian (coordenador de estúdio). A proposta foi desenvolver uma sonoridade que se enquadre ao livro "História do cerco de Lisboa". 




Além da trilha sonora original, o Livro Aberto - que tradicionalmente conta com um professor ou pesquisador da obra em destaque - tem a participação da professora Eva Albuquerque, do Cursinho da Poli, que destaca detalhes da narrativa. 

Eva Albuquerque (crédito: Marcelo Abud)

Ouça mais:
Todos os livros da Fuvest e boa parte dos da Unicamp para o Vestibular 2020 estão neste link da série Livro Aberto.


Sobre "História do Cerco de Lisboa":
Lançado no final dos anos 1980, “História do cerco de Lisboa” faz parte da série de romances históricos do escritor português José Saramago, que inclui outros títulos conhecidos, como “Memorial do Convento” e “A jangada de Pedra”. O fato histórico em questão aconteceu em 1147.
“[O livro] É um elogio ao papel do escritor, a partir de um pensamento de Aristóteles, que dizia ‘a história é o que foi, a literatura, o que poderia ter sido”, explica a professora de redação do Cursinho da Poli, Eva Albuquerque, ouvida pelo Instituto Claro neste podcast.
Na trama, Raimundo Benvindo Silva é um humilde revisor de textos. Ao trabalhar em uma obra sobre o cerco de Lisboa, comete, propositalmente, um erro. “Se há fatos reais que não entraram na história e outros entraram, às vezes, nem tão verdadeiros, é a literatura que pode corrigir isso”, resume a entrevistada sobre a ideia de Saramago.
Como revisor de livros, ele acrescenta a palavra “não” a uma frase e, desta forma, altera o fato histórico que revela o apoio dos cruzados aos portugueses. Diante da descoberta do erro, a editora acrescenta uma errata.
O fato de Raimundo ser respeitado, faz com que, em vez de o demitir, a editora contrate uma mulher, Maria Sara, para supervisionar seu trabalho. Ela tenta entender a causa daquele erro e acaba estimulando a reescrita do episódio atrelado à história de Portugal. Enquanto o personagem reescreve os acontecimentos, acaba também iniciando um relacionamento amoroso com ela.
“Ele vai fazer agora com muito cuidado a verdade dele, corrigindo aquele livro que foi feito e mudando completamente a história.”
De acordo com a professora, a escolha deste livro em vestibulares pode gerar discussões para temas bem atuais, como as fake news. Essa discussão para a Unicamp pode ser muito interessante: uma notícia da internet, na minha rede social, nos jornais… eu não vou sair compartilhando por aí, porque eu preciso ir atrás da verdade. Por que que eu não vou atrás? Dá mais trabalho, mas eu vou ter que pesquisar se é verdadeiro ou não pra eu compartilhar, porque é o verdadeiro que tem que prevalecer”, define Albuquerque.

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