Interferência: Homenagem a Ricardo Boechat

Em 11 de fevereiro faz dois anos que o rádio perdeu uma de suas vozes mais familiares. Acompanhe a homenagem que fizemos no Interferência, apresentado aos sábados, entre 10h e meio-dia, no Youtube e Facebook do "Guia dos Curiosos".

A partir de 2006 quem ouve rádio se acostumou com uma voz familiar que, infelizmente, não é mais ouvida pelas manhãs desde fevereiro de 2019: a de Ricardo Eugênio Boechat. O saudoso comunicador nasceu na Argentina, cresceu em Niterói e viveu em São Paulo a partir de 2006, quando se torna o âncora da Bandnews FM e apresentador do Jornal da Band.


Ouça também a edição especial do podcast Peças Raras, que, além dos trechos que estão no vídeo, traz  uma montagem de um "diálogo improvável" entre Boechat e Sarney, que produzimos em 2009:

Trajetória

Antes de ser jornalista, Boechat se dedica à venda de livros e da tradicional enciclopédia Barsa. Em uma das visitas vai à casa do pai de uma amiga de escola. Kléber Saboya, que era do Diário de Notícias, disse que aquele jovem devia se dedicar ao texto. 

No dia seguinte, o jovem conversa com o chefe de reportagem daquele jornal carioca, o Rui Bruno Ávila, e é contratado. Isso foi em 1972. Pouco tempo depois, passa a auxiliar em uma das colunas mais tradicionais da mídia impressa, a de Ibrahim Sued. Ainda nos anos 70, em 1973, tem uma primeira passagem no rádio, como chefe de reportagem da Nacional do Rio de Janeiro.

A partir desse início, assume diversas funções em diferentes e importantes veículos de comunicação, como  O Globo, O Dia, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil. Mas em entrevistas ele sempre se referia ao papel de âncora de rádio como a grande surpresa que teve na carreira, como no depoimento que está no vídeo e no podcast, ao colega de bancada na Bandnews, Eduardo Barão, em entrevista ao canal “Barões do Rádio”, que foi gravada pouco tempo antes da morte de Boechat em 11 de fevereiro de 2019.

O MAIS ADMIRADO

Assim como já havia sido reconhecido na mídia impressa, com três Prêmios Esso - em 1989, 92 e 2001-, como âncora de rádio, vence os principais troféus do meio, como o APCA, o Comunique-se e o de Jornalista mais admirado do país, junto com Miriam Leitão, nos anos de 2014 e 2015, em eleição do Portal dos Jornalistas. Mas o maior prêmio conquistado por Boechat e, ele fazia questão de dizer isso, foi o contato direto com os ouvintes. Ele, inclusive, abria o jornal da Bandnews, às 7h30 da manhã, comunicando o número de seu celular pessoal, para que ouvintes pudessem dividir informações, que, muitas vezes, eram levadas ao ar.

Em 23 de outubro de 2014, o jornalista recebe no estúdio da Bandnews uma de suas ouvintes mais participativas. No vídeo e no podcast, você acompanha esse emocionante e divertido momento do nosso acervo de Peças Raras.

Boechat morreu em 2019 deixando centenas de milhares de ouvintes órfãos. Mas seus pensamentos e forma de expressar as ideias deixou marcas em outros profissionais e inspirou uma forma mais espontânea de comunicação no rádio. Assim como na Enciclopédia Barsa, em que Prêmio e Rádio estão no mesmo exemplar, essas palavras também estiveram juntas nos últimos anos de vida de Boechat.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

De quem é a música "Botei uma flor na janela" que viralizou no whatsapp?

De quem é "Eu sou o tempo", mensagem interpretada por Fernanda Montenegro?

#99 Sandra Groth: do pioneirismo nos anos 80 à despedida do rádio em 2020 - 37 anos de sucesso na Cidade