Podcast no Carnaval: Sambas-enredo exaltam contribuições de negros e indígenas para a história do Brasil
“Eles colocam uma perspectiva de que outros grupos também fazem parte da construção do país, porque, na narrativa hegemônica, muitas vezes, grupos indígenas, negros e populares não são enxergados com a sua devida contribuição para a história”, explica a doutoranda em História, Política e Bens Culturais pela Fundação Getúlio Vargas Anna Cristina Almeida.
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Em seu trabalho, ela se debruçou sobre quase 1,6 mil sambas-enredo dos carnavais cariocas (entre 1939 e 2019). A visão da pesquisadora é corroborada pelo historiador, escritor e compositor Luiz Antonio Simas, autor de diversos livros sobre o tema.
Samba como instrumento pedagógico
“Há essa perspectiva do samba de enredo também ser um instrumento pedagógico de revisão de uma certa história oficial. É contar a história, por exemplo, da independência a partir da luta dos ‘Baianos do 2 de julho’; é você contar a história da abolição tirando a centralidade da figura da Princesa Isabel e colocando a centralidade numa luta que começa em Palmares, que passa por personagens fundamentais, como Tereza de Benguela, Luiza Mahin”, defende. No áudio, ambos citam sambas que têm essa proposta e porque devem ser vistos como instrumentos importantes de educação popular.
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