Marco Aurélio: o rádio como meio de imaginação e inclusão


“A minha grande janela para o mundo sempre foi o rádio. O fato de meu pai consertar rádios e tevês e a minha deficiência visual fizeram de mim um apaixonado pelo rádio.”
Marco Aurélio, ao NET Educação (atual podcast do Instituto Claro), em 2015




Profissional de rádio há quase 4 décadas e professor de Comunicação há 30 anos, Marco Aurélio Carvalho tem no currículo passagens por grandes emissoras de rádio, como a Tupi do Rio de Janeiro, a CBN e a Globo. Fez de tudo um pouco, de repórter de campo a gerente. Atualmente, o comunicador é responsável pela Rádio ONCB (Organização Nacional dos Cegos do Brasil), onde às 9 da noite de terça-feira leva apresenta o seu tradicional "Todas as Vozes". 

No player acima ou neste link, você confere uma entrevista que fiz com o amigo radialista em 2015. Naquele ano, Aurélio inovou ao participar da transmissão audiodescritiva do desfile de carnaval do Rio. “O rádio é na essência audiodescritivo, mas na Rádio MEC 70% do foco da transmissão foi voltado para narrar o visual. Não havia uma ala sequer das escolas de samba em que os detalhes não eram descritos.” 


Atualmente, a ONCB também promoveu a audiodescrição em lives de grandes nomes da música. 


Tanto nas emissoras em que trabalha como em ONGs e faculdades, Marco Aurélio transmite a força do rádio. (Crédito: Marcos Leite)

A paixão pelo rádio tem origem em dois fatos que marcam o profissional desde a infância. O pai consertava rádio e tevê e ele tinha de testar os aparelhos. Desta forma, dedicou-se à audição de emissoras do mundo todo, pelo sistema de Ondas Curtas. O rádio foi um aliado também dos estudos, pois Marco Aurélio nasceu com baixa visão e a leitura era muito cansativa. Daí passou a ouvir notícias pelo meio de comunicação, o que o fez se destacar na turma em provas de Português e História, por exemplo.

Além do rádio, na entrevista, emocionado, Aurélio lembra da saudosa professora Marli Machado: “Eu não sei quantas crianças encontram numa escola de subúrbio do Rio de Janeiro, São Paulo ou de um grande centro urbano, desde a 1ª série, uma professora que diz ‘esse menino tem uma deficiência visual sim, mas ele tem capacidade, então eu vou fazer o seguinte, todo dia quando eu for pra casa, eu vou ampliar as letrinhas do texto pra ele poder ler”.

Defensor de que as crianças na escola aprendam a conviver com as diferenças, o comunicador e educador atua em ONGs como a Unirr e acredita que se beneficiou e que outras crianças também podem ter ganhos com a formação em escolas regulares, inclusive as que não têm deficiências. Quanto ao contato com a hostilidade de alguns que teve de enfrentar na escola e até na família, ele conclui que é convivendo com as viroses que se desenvolvem vacinas.

No áudio, você conhece e emociona-se com a história de um estudante de escola pública que teve no rádio, na família e na professora o apoio para se tornar o homem de comunicação que é hoje. 




Ouça o podcast Peças raras em:

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