Dia da Poesia e áudios para celebrar 120 anos de Drummond
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Em 3 de junho de 2015, foi sancionada a Lei 13.131, que criou oficialmente o Dia Nacional da Poesia. Esse Projeto de Lei teve proposta aceita para que o Dia Nacional da Poesia fosse comemorado no dia 31 de Outubro, nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade.
Em homenagem aos 120 anos dessa data, acompanhe a seguir alguns conteúdos produzidos pela Peças Raras para o podcast do Instituto Claro.
Fernando Silveira dá vida ao poeta em apresentações teatrais (Crédito: Paulo Sene)
Em 2006, o ator Fernando Silveira levou aos palcos a segunda peça de sua companhia teatral, a Cia. Literarte, que tem o trabalho voltado para a vida e a produção literária de escritores brasileiros. A convite do NET Educação (atual Instituto Claro), Silveira fez uma breve leitura dramática de trechos do monólogo “O caminho das pedras”. Nele, são apresentados os temas fundamentais da obra do poeta, natural de Itabira (MG).
Professor titular de Literatura Brasileira da USP, Alcides Villaça em entrevista ao NET Educação (Crédito: Marcelo Abud)
“Drummond quase que decreta pra
si mesmo: e como ficou chato ser
moderno, agora serei eterno.”
(Alcides Villaça)
A obra “Claro Enigma” apresenta um Carlos Drummond de Andrade desiludido, cansado de seu tempo. O livro foi escrito no período pós-segunda guerra, evento que sepultou as promessas de desenvolvimento e as conquistas prometidas pela modernidade.
De acordo com o professor de Literatura Brasileira da FFLCH-USP, Alcides Villaça, a obra traz “uma poesia de muita melancolia, de alta consciência e que soa como uma espécie de apagamento do tempo”. Há um desligamento da fase modernista: “é uma maneira de se desvencilhar do tempo histórico e entrar numa espécie de latitude cósmica, onde a poesia é incomunicável, onde o eu já não tem remédio e onde o mundo também não tem conserto”.
Primeiro livro publicado por Carlos Drummond de Andrade, em 1930, “Alguma Poesia” é uma das obras na lista da Fuvest para o vestibular de 2022/2023. A obra de estreia do poeta itabirano já apresenta as marcas da literatura que produziria ao longo da vida. “Ele já é um livro bastante maduro. Drummond demonstra uma grande familiaridade com o gênero poético. ‘Alguma Poesia’, por exemplo, apresenta uma grande liberdade formal, influências das vanguardas artísticas europeias, como o Cubismo, o Futurismo e o Surrealismo”, afirma a professora de gramática e literatura no Anglo Vestibulares e no ensino médio, Adele Grostein.
“Maquinação do Mundo” percorre a destruição da paisagem de Itabira (MG) pela ótica do poeta
Extração de hematita no Pico do Cauê, antigo cartão postal que Drummond avistava do casarão em que viveu na infância (crédito: Arquivo Público Mineiro)
Numa viagem circunstancial à Itabira (MG), o professor aposentado de literatura da Universidade de São Paulo (USP), José Miguel Wisnik, se deparou com uma relação entre a atividade mineradora e a cidade natal de Carlos Drummond de Andrade. “A gente está acostumado a pensar no poeta como aquele que diz pertencer a uma cidade de 90% de ferro nas calçadas e 80% de ferro nas almas, envolvida de corpo e alma com o mundo ferrífero. Mas eu não tinha a dimensão de que essa atividade econômica tinha provocado no local uma devastação de grande porte”, afirma o autor do livro “Maquinação do mundo – Drummond e a mineração”.
Na obra, que é destaque deste podcast, Wisnik identifica no surgimento da Companhia Vale do Rio Doce uma questão crucial para o escritor, apegado ao provinciano lugar de origem e ao mesmo tempo marcado por um sentimento cosmopolita do vasto mundo. “Com a criação da companhia, Drummond vê o Pico do Cauê, que era um cartão postal local, virar uma cratera, desaparecer, como retrata em um de seus poemas”, exemplifica, se referindo aos versos de “Montanha pulverizada”.
Ouça a entrevista com Wisnik no player abaixo ou neste endereço.
Livro Aberto: “Sentimento do Mundo”, aborda política, sofrimento, corrupção e solidão
Fernando Silveira vive Drummond (Crédito: Paulo Sene)
A primeira tiragem deste livro, em 1940, foi independente e contou com apenas 150 exemplares, distribuídos entre amigos e escritores. À época, o poeta se coloca como espectador de um mundo à frente, que tenta descrever e com o qual busca dialogar. É o início de sua marca como “poeta do cotidiano”.
Em “Sentimento do Mundo”, o individualismo é ainda maior do que nas obras anteriores, mas vem acompanhado de uma consciência de sua precariedade como ser humano. Isto faz com que Drummond se arme em relação a si próprio e ao mundo.
Nos 28 poemas da publicação, escritos a partir de 1935, prevalecem temas como política, sofrimento, corrupção e solidão. O contexto social e histórico reproduz o momento em que o mundo descobre a força da destruição causada pela ascensão dos regimes totalitários europeus.
Nessa edição do Livro Aberto, você vai conhecer melhor a vida e obra de Drummond e acompanhar a leitura de alguns dos poemas do livro “Sentimento do Mundo”. A trilha sonora fica por conta de composições de Reynaldo Bessa, elaboradas para a peça “As Pessoas de Drummond”.
Outros conteúdos relacionados à obra de Carlos Drummond de Andrade no portal do Instituto Claro podem ser acompanhados aqui.
Para terminar esta homenagem, publico novamente um episódio do podcast Peças Raras, de 2007: O Retrato de Drummond. Ouça no player abaixo ou diretamente neste link.
"Eu sou o Tempo". É desta forma que começa uma linda mensagem interpretada por Fernanda Montenegro e que, talvez, você tenha recebido de alguém nesta época do ano. Assim como em outros conteúdos que viralizam nas redes sociais, nem sempre a autoria ou a assinatura de quem realizou a obra é revelada. Nesse caso, recebi o vídeo e no final não apareceu a assinatura do banco Itaú, empresa para a qual a reflexão foi desenvolvida pela agência de publicidade África. A peça que tem como mote "o tempo pode ser feito de minutos, mas a vida é feita de momentos" começou a circular em 11 de dezembro de 2016. O texto, assinado por Everton Behenck e Nizan Guanaes, reforça a imagem digital do banco e, segundo os criadores, quer transmitir que é preciso aproveitar as maravilhas do mundo digital para viver mais e melhor cada momento. Acompanhe o texto do comercial: Eu sou o tempo Você acha que eu passo rápido. Que eu não volto. Que eu não perdoo. É verdade. Mas a...
Tela ‘Rio de Janeiro, gosto de você, gosto dessa gente feliz’, de LliaMmittarakis Muito provavelmente você recebeu neste fim de ano uma mensagem, em forma de clip, que começa com imagens do Cristo Redentor, Iemanjá e de São Jorge; e diz na primeira estrofe "Botei uma flor na janela, pra Iemanjá ver o mar". Eu recebi uma dezena de mensagens com essa música. Talvez você também tenha se perguntado sobre a autoria dela. Acredito que tão grave quanto espalhar uma "fake news", sem checar antes, é viralizar uma música sem dar o devido crédito. Aliás, também falta citar de quem são as telas que compõem a imagem do videoclip, que pode ser conferido abaixo: A música, que na verdade se chama "Bons Caminhos", já havia sido espalhada no ano passado, quando foi criada justamente como mensagem de Natal. Mas com o aumento exponencial do WhatsApp como rede social, agora em 2018, o alcance foi muito além. A autoria da composição é atribuída ao jornalis...
No início dos anos 1980, o rádio FM ganhava espaço em São Paulo. E foi nesta emissora que Sandra Groth se sobressaiu como locutora e fez uma trajetória de sucesso na cidade, tanto na emissora quanto em terras paulistanas, onde permaneceu no ar por 40 anos. No final de 2020, ela foi ao Rio de Janeiro, onde reside atualmente. Acompanhe uma conversa entre Sandra Groth e Claudia Martins, no player acima ou neste link , durante a festa de comemoração dos 25 anos da Cidade FM de São Paulo, em 25 de janeiro de 2005. Saiba mais sobre Sandra Groth nesta matéria. No vídeo abaixo, da página da 105 FM no Youtube, acompanhe a despedida de Sandra Groth do rádio.
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