Museu Virtual do Rádio #7 - Hebe, Nhô Totico e fim da Guerra


O audioguia de mais uma visita à memória do rádio desta vez vem do aluno de Rádio e TV da FAAP, André de Amorim. Abaixo, o texto e os áudios que você ouve neste passeio. Tem Nhô Totico e sua pioneira escolinha, Hebe Camargo cantando e o anuncio do fim da 2ª Guerra:



Você também pode ouvir todos os episódios do Museu Virtual na playlist do Spotify, neste link.

Maria de Nazareth nasceu no dia 28 de setembro de 1932, ou seja, aproximadamente dez anos após a primeira transmissão oficial de rádio em território nacional.

O primeiro aparelho adquirido por sua família foi quando ela tinha apenas sete anos de idade. Apesar do estereótipo dos aparelhos enormes da época, que ocupavam móveis inteiros, no caso da família dela, era um rádio relativamente pequeno, tendo uns quarenta centímetros de comprimento.

De acordo com sua memória, a família seguia uma rotina. De dia, os adultos trabalhavam e as crianças iam para a escola, porém, quando a noite chegava todos se reuniam na sala para ouvir o rádio. Naquela época, as crianças eram estritamente proibidas de tocar nos botões do dispositivo.

Segundo seu pai, isso acontecia porque era uma aparelho caro e frágil. O que sua família mais gostava de escutar, na época, era o programa jornalístico "A Hora do Brasil", além das programações musicais,  enormemente   apreciadas   por   ela.

Em relação ao radiojornalismo, Maria ainda comenta sobre uma sensação de conexão mundial. Como sua família morava em um bairro um pouco mais distante do centro de São Paulo e o transporte da época era restrito, o acesso às informações, principalmente para uma criança, não era tão fácil.

A chegada do rádio facilitou, nesse sentido, afinal, agora as notícias adentravam as casas   sem   grandes   restrições. Ainda pensando na infância e na juventude, Maria de Nazareth se lembra de alguns programas e personalidades que marcaram aquele período. Esse é o caso de Nhô Totico, com o programa "Escolinha de Dona Olinda", QUE RELEMBRAMOS AQUI, EM UMA ENTREVISTA DADA PELO SAUDOSO HUMORISTA AO APRESENTADOR GERALDO NUNES. O ÁUDIO É DO INÍCIO DA DÉCADA DE 1990, QUANDO O JORNALISTA APRESENTAVA O “São PAULO DE TODOS OS TEMPOS”, NA ELDORADO AM.

Maria de Nazareth também se lembra de Chacrinha no rádio, com o programa "Rei Momo na Chacrinha" e das cantoras Hebe Camargo e Lolita Rodrigues,  que   iniciavam   suas   carreiras   naquele   cenário   radiofônico. E NO NOSSO MUSEU VIRTUAL VAMOS LEMBRAR DE UMA RECONSTITUIÇÃO DO SURGIMENTO DA CANTORA HEBE NO RÁDIO, FEITA PARA O QUADRO INTERFERÊNCIA PRODUZIDO POR MIM PARA O “VOCÊ É CURIOSO?”, DA RÁDIO BANDEIRANTES.

Para Maria de Nazareth, um dos acontecimentos mundiais que mais marcou sua história com o rádio foi o cenário da Segunda Guerra Mundial. Pelo que ela conta, a região de Pirituba onde ela morava, era bastante ligada ao cenário das migrações. Assim, em sua vizinhança, havia muitas famílias de húngaros, italianos, ingleses e seus descendentes. Dessa forma, mesmo que a guerra parecesse distante para aquela jovem que morava no Brasil, todos tinham parentes que ingressavam o cenário tenebroso do conflito. Então, para ela, se tornou inesquecível o momento em que, pelo rádio, foi anunciado o fim da guerra.

REPÓRTER ESSO – ACABOU A GUERRA

O momento era de festa, as pessoas comemoravam aliviadas que seus parentes finalmente estariam em   segurança,   longe   de   batalhas. Bom, isso é um pouco da história que Maria de Nazareth, com seus oitenta e sete anos de idade, lembra de ter vivido, na companhia do rádio. Pelo que ela conta, o aparelho fez parte de sua história, tendo sido um objeto que proporcionou diversas aprendizagens e fez com que ela entrasse um pouco mais em contato com diferentes culturas.

Hebe brilhou como cantora, antes de se tornar a rainha da TV brasileira

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