Denuncismo da imprensa: sou a favor, Sr. Presidente!
Li ontem no Adnews que 37% aprovam a estatização da Globo, segundo o Instituto Análise. Primeiramente, é interessante ver como os números podem ser manipuláveis, já que mais da metade dos entrevistados se mostrou contrária à proposição. Mas isto não seria notícia.
Fiquei curioso para saber a quem poderia interessar uma manchete como essa. E também sobre qual a importância do tal "Instituto Análise".
A que me consta a estatização da Globo representaria algo próximo ao que Getúlio Vargas fez com a Rádio Nacional do Rio de Janeiro nos anos 40. Naqueles idos tempos do DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda - o governo "encampou", para usar o termo da época, o Grupo A Noite, que era o proprietário da promissora emissora de rádio da então capital federal.
Acredito que este tipo de hipótese é perigoso em um país em que as emissoras de rádio e televisão são concessões do Governo Federal.
Depois do questionamento, parece que as respostas à ideia de se fazer um levantamento para saber se haveria ou não aprovação à estatização de uma emissora de grande audiência como a Globo vêm por meio de algumas pistas. Vamos a elas...
Ouço no Pulo do Gato, comandado por José Paulo de Andrade na Bandeirantes AM, "a rádio que tem opinião": o nosso Presidente da república critica os editoriais dos jornais televisivos e a programação de filmes das emissoras. Lula volta a carga mais uma vez contra o "denuncismo" da imprensa. Segundo ele, em linhas gerais, só a desgraça interessa à imprensa.
Ao contrário do tempo em que imprensa e propaganda andavam de braços dados, como a própria sigla do DIP já indicava, hoje o papel da imprensa é denunciar mesmo, afinal a extensa propaganda política já desempenha a função de defender as ações do governo, como as inaugurações pré-eleitorais. Aliás, como denunciou Boechat na abertura do seu jornal agora a pouco, 7 da manhã, na BandNews, em vez de ficar inaugurando o "sopro do vento", Dilma Roussef deveria dar expediente em sua pasta no governo. O mesmo vale ao pré-candidato Serra, que por esses dias inaugurou uma maquete da ponte que ligará(?) Santos ao Guarujá.
O discurso de Lula antiimprensa já havia sido usado em outras situações muito nobres (sic) como na defesa da manutenção de Sarney na presidência do Congresso...
Diante de todo este panorama, aliado a outras medidas que indicam um caminho que aproxima a "Nova República" brasileira de governos como o de Chavez e o de Fidel Castro, prefiro um editorial do Boechat sobre política a uma "análise" de Lula sobre a imprensa. Aliás, boa parte dessa mesma imprensa é comandada por Sarney.
Convido você à reflexão, ao reproduzir o diálogo improvável entre Sarney e Boechat. É o meu recado a favor do "denuncismo" da imprensa.
Fiquei curioso para saber a quem poderia interessar uma manchete como essa. E também sobre qual a importância do tal "Instituto Análise".
A que me consta a estatização da Globo representaria algo próximo ao que Getúlio Vargas fez com a Rádio Nacional do Rio de Janeiro nos anos 40. Naqueles idos tempos do DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda - o governo "encampou", para usar o termo da época, o Grupo A Noite, que era o proprietário da promissora emissora de rádio da então capital federal.
Acredito que este tipo de hipótese é perigoso em um país em que as emissoras de rádio e televisão são concessões do Governo Federal.
Depois do questionamento, parece que as respostas à ideia de se fazer um levantamento para saber se haveria ou não aprovação à estatização de uma emissora de grande audiência como a Globo vêm por meio de algumas pistas. Vamos a elas...
Ouço no Pulo do Gato, comandado por José Paulo de Andrade na Bandeirantes AM, "a rádio que tem opinião": o nosso Presidente da república critica os editoriais dos jornais televisivos e a programação de filmes das emissoras. Lula volta a carga mais uma vez contra o "denuncismo" da imprensa. Segundo ele, em linhas gerais, só a desgraça interessa à imprensa.
Ao contrário do tempo em que imprensa e propaganda andavam de braços dados, como a própria sigla do DIP já indicava, hoje o papel da imprensa é denunciar mesmo, afinal a extensa propaganda política já desempenha a função de defender as ações do governo, como as inaugurações pré-eleitorais. Aliás, como denunciou Boechat na abertura do seu jornal agora a pouco, 7 da manhã, na BandNews, em vez de ficar inaugurando o "sopro do vento", Dilma Roussef deveria dar expediente em sua pasta no governo. O mesmo vale ao pré-candidato Serra, que por esses dias inaugurou uma maquete da ponte que ligará(?) Santos ao Guarujá.
O discurso de Lula antiimprensa já havia sido usado em outras situações muito nobres (sic) como na defesa da manutenção de Sarney na presidência do Congresso...
Diante de todo este panorama, aliado a outras medidas que indicam um caminho que aproxima a "Nova República" brasileira de governos como o de Chavez e o de Fidel Castro, prefiro um editorial do Boechat sobre política a uma "análise" de Lula sobre a imprensa. Aliás, boa parte dessa mesma imprensa é comandada por Sarney.
Convido você à reflexão, ao reproduzir o diálogo improvável entre Sarney e Boechat. É o meu recado a favor do "denuncismo" da imprensa.
Comentários
Tem muita gente por aí que ama a figura do paizão (ou da mãezona...) e acredita que a vida seria melhor se o governo tomasse conta de tudo. Enquanto essa mentalidade prevalecer, a democracia em nosso país sempre estará na berlinda.